Li certa vez que pássaros migram do lugar onde vivem depois de certo tempo. Enjoam. Se cansam da monotonia, saem em busca de algo que possa ser melhor do que o presente momento. Confiam que o amanhã reserva algo melhor, longe de onde estão.
Acho que sou um pássaro.
É contra a natureza destes animais ficarem presos numa gaiola. É como cortar suas asas. Dói igual. Quando o corpo fica preso, a alma também já não viaja mais. Se, por um acaso, tornam-se vítimas de cativeiro, não cantam mais, apenas se lamentam. Dentro de uma gaiola, um pássaro morre. Um pássaro perde a vida, esquece-se de viver, fica apenas a existir.
Acho que sou um pássaro.
Mas vou abrir minha gaiola. Vou romper este cadeado invisível que insistem me fazer acreditar que existe. Todos os pássaros merecem o céu. E o meu está alguns instantes daqui, esperando para que eu aprenda a abrir minhas próprias asas e ir de encontro a ele.
Acho que sou um pássaro.
E sou livre. No momento, estou voando pelo caminho mais bonito. E não tenho pressa de voltar.
— Codinome Beija Flor
Julia Wolff
Nenhum comentário:
Postar um comentário