A ALEGRIA INVADIU MINHA ALMA

A ALEGRIA INVADIU MINHA ALMA
Big Meu Lindo.

sábado, 10 de maio de 2014

ÍNDIA MEU SONHO

A Índia é tão plural quanto o Brasil – para não dizer mais. Em termos funcionais, chega a ser complexa, pois cada um de seus 28 estados é, praticamente, um pequeno país, com línguas próprias (a maioria com alfabetos únicos), sem mencionar a diversidade artística, gastronômica, religiosa e arquitetônica. Ou seja, conhecer o país a fundo requer tempo e investimento. No entanto, alguns roteiros facilitam a vida de turistas que querem desbravar essa incrível nação. É o caso do Triângulo Dourado (Golden Triangle), que contempla Delhi, Jaipur (estado do Rajastão) e Agra, onde se encontra o icônico Taj Mahal. Pampulhaelenca o que há de ser conhecido nas três cidades.
Delhi: o norte bem representado
Historiadores dão conta de que a cidade foi erguida, ao menos, oito vezes e sua fundação varia de 2.500 a 5 mil anos (idade do país) atrás. A unidade federativa de Delhi, que abriga a capital Nova Delhi, fica ao norte e representa bem a cultura indiana com um tempero cosmopolita. Opções não faltam para os mais variados turistas.
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História que não se cala
Na periferia da cidade, o Qutub Minar é um marco arquitetônico. Erguido em 1193 pelo sultão Qutb-ud-din, remete ao período de invasão islâmica, mais especificamente à derrota da última tropa hindu. O ponto turístico nada mais é do que uma torre de 73 metros de altura e 15 metros de diâmetro, cercada por um bem cuidado jardim. A construção já foi ao chão duas vezes, por causa de um raio e um terremoto, mas foi levantada novamente e se mantém incólume, como um totem da resistência muçulmana – 200 milhões de indianos são adeptos do Islamismo.
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Na mesma seara, o túmulo de Humayun é um cemitério-jardim em homenagem ao imperador mogul de mesmo nome. Sua arquitetura inspirou diversas outras construções, inclusive o Taj Mahal. Erguido em 1565 e encomendado pela principal viúva de Humayun, Haji Begum, o ponto turístico conta com os túmulos do rei, seu barbeiro favorito, suas esposas e um dos filhos do sultão Shan Jahan. A mesquita de Isa Khan também merece visitação.
Entrada para o Tumulo de Humayun Credito Sebastiao Rinaldi
Um dos principais pontos turísticos, o Red Fort (Forte Vermelho) atrai turistas do mundo inteiro por seu expressivo porte. A entrada mais indicada é pelo portal Lahore, onde ainda é possível ver marcas de tiros nas paredes. Após entregar o tíquete, o turista se depara com o Chatta Chowk, um mercado estrategicamente localizado em que se encontra praticamente de tudo – de estátuas religiosas a sáris, passando por souvenires e camisetas. A próxima parada é o Naubat Khana, um edifício vermelho com longas colunas, onde antigamente os visitantes “estacionavam” elefantes.
Red Fort 2 Credito Sebastiao Rinaldi
O forte ainda conta com outras atrações, como a Mesquita de Pérola, o Museu de Arqueologia e os jardins que as cercam. O complexo foi construído por Shan Jahan, sultão responsável pelo Taj Mahal.
À flor da pele
Não há como falar da Índia sem mencionar a espiritualidade dessa cultura milenar. Os turistas que desejam se aprofundar no lado religioso têm o Bahá’u’lláh como um ponto de partida bem apropriado. Obviamente mais conhecido como Lotus Temple, o local é um edifício em homenagem a todas as religiões e, ao contrário do que se pensa, não é apenas direcionado ao hinduísmo. O templo em forma de uma flor de lótus é cercado por piscinas e um enorme jardim. Diariamente, são realizadas quatro rezas universais, das quais participam muçulmanos, católicos, hinduístas, siques e outros. O acesso é gratuito e o visitante deve se descalçar antes de entrar.
Lotus Temple 2 Credito Sebastiao Rinaldi
Maior construção hinduísta do mundo, o Akshardham Temple foi erguido em 2005 para ser, de fato, referência entre adeptos da religião. Com seu interior em mármore, o templo é rico em detalhes, com pinturas e esculturas dos principais deuses, como Shiva, Vishnu, Ganesha e Krishna, dispostos em exaustão para os adoradores. Do lado de fora, visitantes ainda conferem uma fonte da sorte (a regra é simples: jogue uma moeda e faça o pedido), galerias de arte e uma praça de alimentação. A entrada é rigorosa: não aceitam-se mochilas, câmeras, bolsas e acessórios.
Compras e entretenimento
Se o assunto é consumo, a cidade apresenta o Connaught Place, região comercial inaugurada em 1931, onde lojas de grife dividem território com restaurantes sofisticados. No entanto, o espaço é bem democrático e os turistas ainda encontram quiosques nas calçadas e tendinhas com os tradicionais paans (doce indiano). Para entrar de vez no clima, recomenda-se ainda assistir a um filme de Bollywood no Regan Theater. Não muito longe, o Khan Market é indicado para quem deseja relaxar entre comes e bebes.
De dia, o Delhi Haat é uma boa para quem deseja comprar itens tipicamente indianos. O mercado funciona com pequenas tendas, onde estátuas de deuses hinduístas, roupas, livros e acessórios dividem espaço e a atenção de clientes. O destaque é para a praça de alimentação, onde pode-se saborear um pouco da culinária de diversos estados indianos, como Andhra Pradesh, Rajastão, Maharashtra, entre outros. A cerveja de frutas sem álcool é um bom começo.
Jaipur: a joia rosa do deserto
A capital do estado do Rajastão é a primeira e maior cidade planejada do norte da Índia. Anualmente, atrai inúmeros visitantes devido ao inquestionável potencial turístico e à capacidade em preservar raízes e valores. Com cerca de três milhões de habitantes, oferece diversas atrações, como fortes, templos, paisagens naturais, mercados, restaurantes, centros comerciais e muito mais. Por estar em uma região mais árida, é ainda rota de acesso a outros destinos, como o deserto de Thar, na fronteira com o Paquistão.
Deserto de Thar Credito Sebastiao Rinaldi
Para sempre rosa
Em 1876, o Príncipe de Gales – posteriormente, Rei Eduardo VII – foi à capital conhecer as terras indianas. A fim de homenageá-lo, o então maharaja Ram Singh mandou pintar o centro inteiramente de rosa. Desde então, a região é assim mantida e, de todas as atrações, a Pink City (ou Cidade Rosa) é um must-see em Jaipur, seja por suas charmosas lojas de rua, pela bela arquitetura com imponentes portais ou pela localização central, próxima a outros pontos turísticos.
Pink City 5 Credito Sebastiao Rinaldi
A uma distância caminhável da região rosada, encontra-se o City Palace, um meio termo entre história, paisagismo e arquitetura, criado por ninguém menos que o guerreiro Jai Singh II, fundador da cidade. Ainda abriga os remanescentes da família real e possui um museu interno com trajes da realeza, armas e instrumentos musicais.
No mesmo complexo, o turista pode visitar o Hawa Mahal, suntuoso edifício com fachada rosa, além de janelas e balcões posicionados estrategicamente no topo, a uma altura de cinco andares. Construído em 1799, foi erguido para que as mulheres da família real pudessem ver o que acontecia na cidade – afinal, elas não podiam sair de casa à época. Além de ser uma memória viva de outros tempos e costumes, o prédio também dispõe de um museu arqueológico.
Hawa Mahal Credito Sebastiao Rinaldi
À diante, o Jantar Mantar é ideal para amantes de ciência. Trata-se de um observatório, tombado pela Unesco, também projetado por Jai Singh II, já que esse, além de guerreiro e líder político, também era astrônomo e estudioso. O nome do local deriva de “yanta mantr”, um termo da língua-mãe indiana – o sânscrito -, que significa instrumento de cálculo. As construções ali presentes servem para medir a posição das estrelas, a chegada das monções, altitude e eclipses. Destaque para um complexo do zodíaco com estátuas representando cada um dos signos.
Discreto sabor
Ponto de maior confluência na cidade é a Mirza Ismail Road – ou simplesmente MI Road -, avenida que concentra principais restaurantes (indianos e ocidentais) e marcas internacionais. Dois locais são indispensáveis para viver Jaipur na íntegra. O primeiro é o Indian Coffee House, localizado em uma pequena viela e com porte modesto. O menu é bem diverso, contando com o típico café indiano (com leite sempre), dosas, samosas e outras delícias. Abre para café da manhã, almoço e jantar. O mutton dosa, com carne de cordeiro, é uma opção para quem gosta de carne.
Mais adiante, o Lassiwala é popular em toda a Índia por fazer o tradicional lassi, à base de leite, iogurte natural, essência de rosas e frutas diversas. A bebida típica indiana é saboreada em copos de argila. De tão famoso, já surgiram imitações do estabelecimento. Para ter certeza que se encontra no local certo, é bom se certificar de que há duas placas na porta, com as inscrições “Shop 312” (Loja 312) e “Since 1944” (Desde 1944).
Viva Bollywood
Na mesma região da MI Road, o turista encontra o Raj Mandir, um dos maiores e mais frequentados cinemas de rua da Índia. Famoso não apenas por sua proporção, mas também por seu formato que lembra um bolo de creme rosa, o espaço exibe os principais filmes de Bollywood, que ficam à disposição por apenas uma semana. Atenção à barreira linguística, pois os longas são todos em híndi, sendo a maioria sem legendas em inglês.
Cinema Raj Mandir Credito Sebastiao Rinaldi
Jaipur fora do eixo rosa
Fora da região central, há ainda quatro pontos turísticos de suma importância a serem explorados. O mais notável é o Amber Fort, cercado por montanhas, represas, muralhas e, é claro, dono de uma arquitetura única, conservada intacta até dias atuais. Curiosidade: em 1592, o forte de Amber começou a ser construído sobre os escombros de um edifício do século 11 e, quando ficou pronto, tornou-se capital do, então, estado de Jaipur.
Amber Fort 6 Credito Sebastiao Rinaldi
A entrada pelo Portal do Sol é a mais aconselhável, pois oferece vista privilegiada de toda a construção. Entre os destinos mais procurados estão o Hall Público, o Hall da Vitória, o Hall do Prazer e o Ganesha Pol. O passeio, que é longo e íngreme, pode ser feito a pé, de elefante ou de jipe.
A caminho do Amber Fort, ainda é possível fazer uma parada e conhecer o Jal Mahal, palácio erguido em 1799 que fica parcialmente imerso e no centro do Lago Man Har. A vista de longe é impagável, mas infelizmente os botes que levavam turistas ao destino estão suspensos por tempo indeterminado.
Jal Mahal Credito Sebastiao Rinaldi
Já para quem gosta de aventura e espiritualidade, o Monkey Temple é essencial na lista de lugares a serem visitados. Afastado do centro e no alto de uma montanha, favorece uma vista panorâmica da cidade. O nome não é por acaso: centenas de macacos, sem exagero, cruzam o caminho de visitantes, sendo alguns agressivos. Para prevenir e não remediar, vale comprar pacotes de amendoins e distraí-los. Na parte baixa, tanques sagrados e templos em meio a muito verde encantam hinduístas e turistas. No topo, o Surya Mandir (Templo do Sol) é indicado à meditação e à contemplação da cidade.
Monkey Temple 4 Credito Sebastiao Rinaldi
Pouco mais próximo ao eixo urbano, o Albert Hall é o museu mais antigo do Rajastão e funciona como prédio estatal. Desde 1887 na ativa, foi erguido, mais uma vez, em homenagem à Príncipe de Gales que visitou Jaipur. Mais tarde, foi coroado Rei Eduardo VII, mas seu nome de batismo era Albert Edward. No acervo, encontram-se pinturas, cerâmicas, esculturas, trabalhos em pedras e artefatos, mesclando elementos hinduístas e budistas.
Albert Hall Credito Sebastiao Rinaldi 2
Agra: história e beleza
A cidade mais visitada de Uttar Pradesh atribui sua popularidade ao Taj Mahal. O mausoléu foi construído pelo imperador e sultão Shan Jahan em homenagem à sua terceira esposa, Mumtaz Mahal, que faleceu ao dar a luz ao 14º filho do casal. Atualmente, é um dos pontos turísticos mais visitados mundialmente devido à estonteante beleza e à importância histórica.
Taj Mahal Credito SXC.HU
Às margens do rio Yamuna, o edifício, feito em mármore e cravejado de pedras semipreciosas, é cercado por um vasto jardim e uma fonte ao centro, que forma um extenso riacho. O reflexo do Taj na água rende boas fotos. Ao lado esquerdo e direito, há ainda duas mesquitas.
Reza a lenda que o imperador ficou com os cabelos grisalhos do dia para a noite, após a morte da esposa. O mausoléu foi uma forma de homenageá-la. Não por acaso, não poupou sentimentos ao contemplar sua obra-prima. “Sol e Lua derramaram lágrimas de seus olhos”, descreve. Ironicamente, o mesmo filho que “causou” a fatídica perda foi quem aprisionou o sultão, anos depois, no Forte de Agra.
Os túmulos do casal continuam no espaço, porém se encontram no porão e sem acesso a visita. Às sextas, O Taj Mahal não abre por ser dia sagrado, segundo o islamismo. Ingressos variam absurdamente entre estrangeiros (750 rúpias) e indianos (20 rúpias). Chegar cedo é prudente, pois a fila aumenta com o decorrer do dia.
E já que mencionamos o segundo ponto turístico, o Forte de Agra possui relevância equivalente, apesar de ser ofuscado pela beldade do Taj Mahal. Erguido pelo avô de Shan Jahan, funcionou por muito tempo como base militar, mas converteu-se em palácio pelo neto. O prédio é colossal, com 20 metros de altura e dois quilômetros e meio de diâmetro.
Entre os espaços internos merecedores de visita, valem ser citados: o Palácio dos Espelhos, a Mesquita de Pérola, a Mesquita de Joia e um amplo jardim, com esquilos dóceis que vêm ao encontro de turistas generosos com petiscos. Agra é uma cidade que pode causar estranhamento pelo desnível social: ao mesmo tempo em que ostenta construções seculares, sofre com miséria e desordem nas ruas.

Distância entre as cidades:
Delhi e Agra: 209 quilômetros – aproximadamente 2 horas e 39 minutos
Delhi e Jaipur: 264 quilômetros – cerca de 3 horas e 57 minutos
Fonte: Google Maps
Formas de viajar:
Trem e ônibus são meios acessíveis de transporte na Índia. Os sites mais recorrentes para consulta e compra de passagens são:
http://www.redbus.in
Recomendações:
  • Evite comer em tendas de rua, pois a comida é apimentada e nem sempre feita com muito rigor.
  • Mesmo que pareça barato na conversão de moeda, barganhe sempre: os preços para turistas são mais altos.
  • Comerciantes costumam ser bem insistentes com “gringos”. Não é necessário se assustar, pois é uma questão cultural.
  • Carregue papel higiênico e água mineral na mochila.
Caso dê tempo:
A cerca de 600 quilômetros de Jaipur, Jaisalmer é um reduto de exuberância no Rajastão, apesar de não pertencer ao Triângulo Dourado. As grandes atrações são: o forte local, hoje habitado por três mil pessoas, contando com restaurantes, pousadas, lojas e agências de turismo; e o deserto de Thar, na fronteira com o Paquistão.
A segunda opção é um hit turístico. Pacotes para o safári, que são vendidos por agentes de turismo e nos próprios hotéis, incluem jipe até o deserto, passeio individual de camelo, colchão ou barraca de camping, três refeições por dia e guia. A duração varia com a vontade do cliente e os valores vão de 750 a 1500 rúpias por dia.
Deserto de Thar 2 Credito Sebastiao Rinaldi

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