Ram V. Sutar disputa concorrência para construir escultura de bronze de Sardar Patel que terá 180 metros de altura
POR NEW YORK TIMES
05/08/2014 6:00
NOIDA, Índia — Ele já pode ser o mais prolífico escultor de monumentos da história, mas agora pretende ganhar o que pode ser o maior pedido artístico de todos os tempos. Ram V. Sutar, de 89 anos, já criou mais de 200 estátuas diferentes, muitas delas enormes. Dessa vez, é o principal concorrente para produzir a maior até hoje: uma recriação de 180 metros de altura — quase duas vezes a Estátua da Liberdade — de Sardar Patel, um líder da independência que cumpriu papel crucial em unificar a Índia.
Em julho, o novo governo do país separou US$ 33 milhões para o projeto, que vai usar 2.500 toneladas de bronze. Chamada de Estátua da União, o trabalho ficará na cidade de Gujarat, onde o primeiro-ministro eleito da Índia, Narendra Modi, nasceu, cresceu e construiu sua carreira política. Modi tenta levar o projeto a frente há muito tempo e a vitória eleitoral recente pode finalmente fazer com que ele saia do papel.
A escolha do artista deve sair nas próximas semanas.
“É impossível saber se ele foi o mais prolífico escultor da humanidade, mas se não foi, está bem perto”, disse Melia Belli Bose, professora de história asiática na Universidade do Texas. “Ele certamente é o mais prolífico do último século.”
A produtividade de Sutar vem diminuindo. Há três anos ele empregava 250 pessoas e trabalhava mais de cinco toneladas de bronze todos dias. Desde então, a força de trabalho em seu estúdio nas proximidades de Nova Délhi caiu para 35 pessoas — e os domingos passaram a ser de folga. Ainda assim, poucos no mundo chegam perto de sua produtividade.
A batalha na Índia para consagrar heróis e narrativas concorrentes contribuiu muito para a demanda por seu trabalho. Os partidos políticos se associaram a diferentes líderes da independência e usam as esculturas de Sutar para melhorar a sua própria imagem. Os líderes Dalits tomaram especial proveito desses monumentos solenes, quando endeusando seus líderes antigamente conhecidos como Intocáveis.
Uma das razões para fazer a estátua de Sardar Patel (1875-1950) tão grande seria colocar acima de todos os outros um líder que não tem ligações próximas com a dinastia Nehru-Gandhi, que ainda lidera o Partido do Congresso Nacional Indiano, rival do Bharatiya Janata, de Modi.
Apesar do sucesso, Sutar expressou profundo pesar em uma longa entrevista recente sobre como suas propostas mais modernistas nunca foram aceitas. Durante um passeio por seu estúdio, mostra obras abstratas que nunca foram encomendadas. Os críticos de arte ridicularizam a aparência quase fotográfica de sua obra encomendada, num estilo realista socialista.
“Tenho muitas ambições de fazer um trabalho modernistas”, garante.
Seu filho e parceiro de negócios, Anil Sutar, dá de ombros quando surge o tema. “Não temos tempo para trabalhos modernos. Tenho seis meses de encomendas só de modelos de argila.”
A carreira do Sutar mais velho se beneficiou da contínua luta sobre o passado da Índia. Seu patrono mais importante foi Mayawati, a ex-líder do estado oriental de Uttar Pradesh, e poucos artistas tiveram uma benfeitora mais exigente ou generoso. Ela comprou mais de US$ 33 milhões em esculturas dele, mas seus prazos apertados significavam que sua fundição operava sem parar, forçando-o a trabalhar mais de 80 horas por semana, nos anos 80.
A insistência para que esculturas fossem inauguradas em dias considerados auspiciosos pelos astrólogos causaram algumas situações perigosas. Uma enorme estátua de Bhimrao R. Ambedkar, um Dalit que ajudou a escrever a constituição da Índia, afundou os guindastes que a levantavam durante uma intensa tempestade. A escultura, um eco deliberado da estátua no Memorial Lincoln, em Washington, acabou sendo montada em seu pedestal.
Mayawati queria imortalizar ela mesma e os outros líderes Dalit. Ela pedia até mesmo o uso de camadas extras de bronze para evitar que as estátuas fossem derrubadas ou danificadas por seus sucessores. Algumas esculturas foram decapitadas quando ela perdeu uma eleição em 2012, mas quase todas seguem inteiras.
Esse tipo de mensagem sempre prejudicou a reputação de Sutar como artista. Ele chegou a ser expulso de um cooperativa de escultores no início da carreira pois os colegas consideravam seu trabalho muito comercial. “Ele é o maior criador de estátuas da Índia e o volume de seu trabalho é fenomenal”, diz Tapati Guha-Thakurta, professor de de história no Centro de Estudos de Ciências Sociais, em Calcutá. “Mas ele é um artesão, não um artista.”
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The most prolific sculptor of India can now make the largest statue in the world
Ram V. Sutar dispute competition to build bronze sculpture of Sardar Patel that will have 180 meters high
BY NEW YORK TIMES
05.08.2014 6:00
NOIDA, India - He may already be the most prolific sculptor of monuments of history, but now want to win what could be the greatest artistic application of all time. Ram V. Sutar, 89, has created more than 200 different statues, many of them huge. This time is the main competitor to produce the largest to date: a recreation of 180 meters high - almost twice the Statue of Liberty - Sardar Patel, a leader of the independence that fulfill crucial role in unifying India.
In July, the country's new government set aside $ 33 million for the project, which will use 2,500 tons of bronze. Call Statue of Union, will work in the city of Gujarat, where the elected prime minister of India, Narendra Modi, was born, raised and built his political career. Modi tries to take the project forward long ago and the recent electoral victory could finally make him quit the paper.
The choice of the artist should come out in the coming weeks.
"It is impossible to know if he was the most prolific sculptor of humanity, but if not, is very close," said Melia Belli Bose, a professor of Asian history at the University of Texas. "He is certainly the most prolific of the last century."
The productivity of Sutar has decreased. Three years ago he employed 250 people and worked more than five tons of bronze all day. Since then, the workforce in his studio near New Delhi dropped to 35 people - and Sundays have become slack. Still, few in the world come close to their productivity.
The battle in India to enshrine heroes and competing narratives contributed to the demand for his work. Political parties were associated with different leaders of the independence and the sculptures of Sutar use to improve their own image. Dalits leaders took advantage of these special solemn monuments when deifying their leaders formerly known as Untouchables.
One of the reasons for making the statue of Sardar Patel (1875-1950) would be so great to put above all others a leader who has no close links to the Nehru-Gandhi dynasty, which still leads the Indian National Congress Party, rival BJP, Modi.
Despite the success, Sutar expressed deep regret in a long recent interview about his most modernist proposals were not accepted. During a tour of his studio, showing abstract works that were never ordered. Art critics deride almost photographic appearance of his commissioned work, a socialist realist style.
"I have many ambitions to make a modernist work," he says.
His son and business partner, Anil Sutar, shrugs when the subject arises. "We have no time to modern works. I have six months of different orders only clay. "
The career of the eldest Sutar benefited from the continuing struggle over the past in India. His most important patron was Mayawati, the former leader of the eastern state of Uttar Pradesh, and few artists had a more demanding and generous benefactor. She bought more than $ 33 million in his sculptures, but his tight deadlines meant that its foundry operated without stopping, forcing him to work more than 80 hours a week in the 80s.
The insistence that sculptures were unveiled in days considered auspicious by astrologers caused some dangerous situations. A huge statue of Bhimrao R. Ambedkar, a Dalit who helped write the Constitution of India, sank cranes that lifted during an intense storm. The sculpture, a deliberate echo of the statue in the Lincoln Memorial in Washington, was eventually mounted on its pedestal.
Mayawati wanted to immortalize herself and other Dalit leaders. She even asked to use extra layers of bronze statues to avoid being cut or damaged by his successors. Some sculptures were decapitated when she lost an election in 2012, but almost all follow whole.
This type of message always hurt the reputation of Sutar as an artist. It came to be expelled from a cooperative sculptors early career as colleagues considered their very commercial work. "He is the greatest creator of statues of India and the bulk of his work is phenomenal," says Tapati Guha-Thakurta, Professor of History at the Centre for Studies in Social Sciences, Calcutta. "But he is a craftsman, not an artist."
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