A ALEGRIA INVADIU MINHA ALMA

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Big Meu Lindo.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

The sea is not for fish

O mar não está pra peixe
Vida marinha corre o risco de extinção em massa, dizem pesquisadores da Califórnia

Os transtornos climatológicos e os desastres ambientais acabam de produzir mais uma péssima notícia: os oceanos encaminham-se rapidamente para a extinção em massa de grande parte da vida marinha. O alarme chegou esta semana com a credencial incontestável da revista Science, com base em pesquisa pilotada por Douglas J. McCauley, ecologista ligado à Universidade da Califórnia em Santa Bárbara.

“Certas espécies estão sendo dizimadas pela pesca sem restrições, mas também porque estão perdendo seus hábitats naturais”, diz o ecologista. As fazendas de peixes – áreas de exploração com recursos tecnológicos bem distantes da pesca artesanal – arriscam a eliminar espécies inteiras em menos de 20 anos.

Em todo o mundo, os recifes de corais já perderam 40% de sua superfície, obrigando os habitantes nativos a buscar novos ares, quer dizer, novos espaços. O aquecimento provocado pelas mudanças climáticas acelera as migrações para águas mais frias. Nem todos, porém, conseguem sobreviver à súbita mudança.

O black sea bass (Centropristis striata), cuja semelhança com a nossa garoupa fica apenas na aparência, começou a se mudar de seu hábitat na costa sul dos Estados Unidos para o norte (New Jersey e além). A espécie fragilizou-se; jamais haverá um black sea bass semelhante àquele, de 200 quilos e 5,4 metros, que um pescador californiano pescou décadas atrás – feito testemunhado em foto exposta na Biblioteca do Congresso.

Os mares também viraram alvo da cupidez financeira e o desastre é semelhante ao que a exploração comercial sem freios produz na terra, adverte Loren McClenachan, do Colby College, do Maine – estado em que a pesca é importante atividade, haja vista a lendária lagosta do Maine. A exploração submarina de metais na costa da América já avança por mais de 1 milhão de quilômetros quadrados (em 2000, era igual a zero). “O dano aos ecossistemas é brutal”, lamenta a doutora McClenachan.

As baleias ilustram uma triste ironia: entidades protetoras dos animais conseguiram não faz muito tempo sensibilizar a opinião pública e as autoridades em defesa da espécie, dizimada por ferozes caçadores do mar. A pesca foi praticamente abolida. Hoje, as baleias sofrem as consequências do tráfego de navios de transporte de contêineres. Desavisadas, muitas delas costumam colidir fatalmente com as pesadas barcaças.

As emissões de carbono na atmosfera – reafirma a pesquisa da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara – estão alterando perigosamente a química da água marítima. “Se você aumenta a temperatura de um aquário doméstico e jogar algum ácido lá dentro, seu peixinho não ficará muito feliz”, compara o doutor Malin L. Pinsky, biólogo da Universidade de Rutgers em New Jersey e autor do relatório com o doutor McCauley. “É o que estamos fazendo com os oceanos.”

Os assustados pesquisadores lembram que, contrariando o que se pensava, espécies marinhas são historicamente tão indefesas ante a ação devastadora do homem quanto a fauna terrestre. Pássaros que sobrevivem à beira do mar, em especial, sofrem as consequências.

O estudo é alarmante, mas, ainda assim, os pesquisadores não entraram em pânico. “Dá tempo de reverter a situação”, convenceu-se Pinsky. “A saúde dos oceanos está abalada, mas a cura é possível.” A cura implica mudar a atitude dos homens e dos governos em relação ao ambiente. Eis aí um desafio que, além do saber da ciência, há de exigir muita fé.

* Publicado originalmente no site Carta Capital.
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The sea is not for fish
Marine life is in danger of mass extinction, say researchers from California

Climatological disorders and environmental disasters just produce more bad news: the oceans are rapidly moving to the mass extinction of much of the marine life. The alarm came this week with the undisputed credential of Science, based on research piloted by Douglas J. McCauley, environmentalist linked to the University of California at Santa Barbara.

"Some species are being decimated by fishing without restrictions, but also because they are losing their natural habitat," says ecologist. The fish farms - areas of exploration well with distant technological resources of artisanal fisheries - risk to eliminate entire species in less than 20 years.

Worldwide, coral reefs have lost 40% of its surface, forcing the native inhabitants to seek fresh air, that is, new spaces. The warming caused by climate change accelerates migration to colder waters. Not everyone, however, can survive the sudden change.

The black sea bass (Centropristis striata), whose resemblance to our grouper is only in appearance, began to change their habitat on the south coast of the United States to the north (New Jersey and beyond). The species is weakened; never will be a black sea bass similar to that of 200 pounds and 5.4 meters, a California fisherman fished decades ago - made witnessed in exposed photo at the Library of Congress.

The seas have also become target of financial greed and the disaster is similar to the commercial exploitation without brakes produces on earth, warns Loren McClenachan, Colby College, Maine - State in which the fishing activity is important, given the legendary lobster Maine. The underwater exploration of metals in America's coast already advancing by more than 1 million square kilometers (in 2000, was zero). "The damage to ecosystems is brutal," laments Dr. McClenachan.

Whales illustrate a sad irony: Protective bodies of animals could not long ago sensitize public opinion and the authorities in defense of the species, decimated by fierce hunters of the sea. The fishing was practically abolished. Today, whales suffer the consequences of the traffic of container vessels. Unaware, many of them often fatally collide with the heavy barges.

Carbon emissions in the atmosphere - reaffirms the research at the University of California at Santa Barbara - are dangerously altering the chemistry of sea water. "If you increase the temperature of a home aquarium and play some acid inside, your goldfish will not very happy," compares Dr. L. Malin Pinsky, a biologist at Rutgers University in New Jersey and author of the report with Dr. McCauley. "It's what we are doing to the oceans."

The frightened researchers point out that, contrary to what was thought, marine species are historically so helpless before the devastating action of man as the terrestrial fauna. Birds that survive by the sea, in particular, suffer the consequences.

The study is alarming, but still, the researchers did not panic. "Give time to reverse the situation," was convinced Pinsky. "The health of the oceans is shaken, but healing is possible." The cure involves changing the attitudes of men and governments in relation to the environment. Here is a challenge that, beyond knowledge of science, is to require a lot of faith.

* Originally published in the Charter Capital website.


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