MÃE,
Eu não sei o que fazer com essa saudade, e nem o que dizer pro meu coração. Os dias passam e dentro de mim cresce ainda mais esse sentimento, você sempre me foi indispensável, vive em meus pensamentos, nos meus sonhos. As lembranças de tudo o que vivemos, o que passamos fazem parte de minha rotina, não há como fugir, e só eu sei o quanto está sendo difícil viver sem você aqui comigo, cuidando de mim com amor!
Você é tão necessária quanto o sol as flores, quanto a água a vida. Pensar em ti é uma exigência ao dormir, um hábito ao acordar é como se fosse uma ordem diária. As plantas que você plantou pra mim, ainda estão aqui, alumas morreram depois que você se foi...
Tudo o que faço me lembra você, tudo o que é belo trás seu sorriso, sentir o vento, é sentir seu abraço ... MÃE
“Amor vem de amor. Vem de longe, vem no escuro, brota que nem mato que dispensa cuidado e cresce com a mais remota chuva. Vem de dentro e fundo e com urgência. Amor vem de amor. Que não cabe, mas assim mesmo a gente guarda. A gente empurra, dobra, faz força, deixa amassado num canto, no peito, no escuro, dentro, ou larga pegando sereno. Amor vem de amor. Vem do pedaço mais feio, do mais sem palavra, do triste, vem de mãos estendidas. É tecido desfeito pelo tempo, amarelecido pelo tempo, pelo cheiro da gaveta fechada, pelo riscado do sol na madeira. Amor vem de amor. Vem de coisa que arrebata, vira chão, terra, cisco, resto, rastro, coisa para sempre varrida. É delicadeza viva forte violenta. Que faz doer, partir, deixar caído. Amor vem de amor. E dói bonito.”
— Guimarães Rosa