“O inferno são os outros”: as dificuldades de ser existencialista.
Jean-Paul Sartre: “O inferno são os outros”
“O inferno são os outros” anuncia as dificuldades de ser existencialista. É preciso ter a consciência profunda de que somos responsáveis pelas consequências de nossas ações; de não podermos falar que “Deus quis assim”, mas saber que a culpa foi nossa; de não podermos acreditar que “a vida está nos testando”, mas saber que estamos sofrendo as consequências de nossas ações; saber que aquele sofrimento não foi culpa dos outros, mas fruto de nossas atitudes e tão somente nossa culpa. Sartre avisa que o existencialismo é para poucos, pois exige uma honestidade que poucos possuem.
Segundo o filósofo, antes de tomar qualquer decisão, não somos nada. Vamos nos moldando a partir das nossas escolhas. Toda essa liberdade resulta em muita angústia. Essa angústia é ainda maior quando percebemos que nossas ações são um espelho para a sociedade. Estamos constantemente pintando um quadro de como deveria ser a sociedade a partir das nossas ações — o curioso é que o próprio Sartre era viciado em anfetaminas, ou seja, não foi exatamente um exemplo de conduta. Defendia que temos inteira liberdade para decidir o que queremos nos tornar ou fazer com nossa vida.
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