S.O.S. Etimologia
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Você achava que S.O.S. significa ‘Save Our Souls’? Pois foi mais enganado que abelha em flor de plástico. S.O.S. significa Solicito Obter Socorro.
Mas também significa:
Só Ogum Salva;
Sou ‘Otaku’, Sim;
São Onofre, Salve-me;
Sem Objetivo de Sucesso;
Só Observo Sonsos;
Sei Orar Sambando;
Segue Ordem de Serviço;
Sofri no ‘OBS Studio’;
Salsicha Ou Salame?;
Sou Obra do Senhor;
Saudade de Ouvir Sepultura;
Servi Ovo e Salmonela;
Sardade de Ocê, Sô.
Enfim, S.O.S. pode significar o que você quiser. S.O.S. não tem um significado único, pois sequer é uma sigla, uma acrônimo ou uma abreviatura (oi?). Aquela história do ‘Save Our Souls’ (Salve nossas almas) é uma pseudoetimologia tão famosa que até os dicionários brasileiros compraram a história. Então, amigo, S.O.S. (Senta e Olha que Saga)!
S.O.S. é o pedido universal de socorro. Foi assim que Lulu Santos reclamou de solidão na canção ‘Aviso aos navegantes’ (1996) e que a banda ‘The Police’ pede resgate em ‘Message in a Bottle’ (1979). É com essas três letras que a Fundação SOS Mata Atlântica vem lutando por esse bioma desde 1986.
S.O.S. surgiu como um código de socorro em telégrafos. O físico italiano Guglielmo Marconi inventou o radiotelégrafo em 1896. O que antes só podia ser enviado por cabos passou a usar as ondas de rádio como meio. Nisso, vários navios puderam então contar com um sistema de comunicação sem fio, o que era muito útil para todo tipo de pedido de socorro.
Praticamente, cada país tinha o seu jeito próprio de clamar ajuda usando o código Morse, um sistema em que as letras e algarismo são convertidos em sinais intermitentes. Nos textos, representamos o sinal curto com um ponto e o longo com um traço.
Para pedir ajuda, na telegrafia terrestre, a França já usava o sinal CQ (− · − · − − · − ), vindo de ‘sécu’, uma redução do francês ‘sécurité’. Em 1904, Marconi acrescentou um D (de ‘distress’: emergência, em inglês), ficando C Q D (− · − · − − · − − · · ). Primeiro, só sua empresa o usava; depois, a Grã-Bretanha o adotou como padrão de ‘help me’. Agora, imagine enviar um sinal complicado desses com o navio afundando?
Como você pode ver, não é um sinal fácil para os telegrafistas menos treinados. A Alemanha, em 1905, havia resolvido bem esse problema ao propor uma sequência de sinais simples de se transmitir, compreender e memorizar. Era o ···− − − ···, três sinais curtos, três longos e três curtos. No código Morse, essa sequência corresponde a SOS.
Ninguém pensou no poético ‘Save Our Souls’ ou, como constam em outras versões, ‘Save Our Ship/Seamen/Sailors’, ainda mais sendo alemã a origem do sinal de socorro.
Na Convenção Internacional de Radiotelegrafia, de 1906, o sinal ···− − − ··· foi adotado como padrão mundial. Mesmo sendo mais prático, os britânicos tardaram a aceitar e adotar o S.O.S., dada a grande rivalidade entre a empresa de Marconi e a alemã Telefunken. É sabido que, em 1912, o famoso navio britânico RMS Titanic perdeu um bom tempo enviando sinais de C.Q.D., até que resolveram dar o braço a torcer e mandar vários S.O.S. Tarde demais talvez.O sinal S.O.S. foi muito usado e popularizado durante as duas guerras mundiais. Nesses tempo, muitas frases foram usadas como estratégias de memorização do sinal, sendo ‘Save Our Souls’ a mais famosa. Foram tão difundidas que não foi difícil se pensar que S.O.S. teria sido criado como uma sigla.
Como sinal oficial de pedido de ajuda, o S.O.S. foi usado até 1999, quando finalmente foi substituído por outros pedidos mais específicos de ajuda, utilizando-se comunicações via satélite. Ainda assim, até hoje, náufragos na praia, pessoas perdidas em áreas abertas ou isoladas por inundações escrevem S.O.S. em grandes letras para que seja lido do alto. Placas de protesto e outras mensagens de ajuda também o empregam, além de páginas de Etimologia e Nomenclatura em redes sociais, rsrs.
Sei que são S.O.S. (Sensacionais e Ótimos Seguidores).
Achei que era porque o náufrago está sempre a sós 🤣