ESCRAVIDÃO
Laurentino Gomes lança segundo volume sobre escravidão no Brasil
O foco do pesquisador é o século 18, durante a corrida do ouro e do diamante, que enriqueceu muitos e esmagou milhares de escravos
Laurentino Gomes:
um notável vulgarizador da história brasileira
Há mesmo a necessidade de obras populares sobre a escravidão? Se há, e talvez haja mesmo, não é para compreendê-la de forma ampla. A escravidão já está bem explicada — o que não significa que esteja, como motivo de estudo, esgotada. Mas o básico está assentado, o que permite uma compreensão abrangente do fenômeno definidor da cultura e da economia do país.
Na verdade, livros como os do jornalista Laurentino Gomes são úteis sobretudo para reapresentar a escravidão — tão próxima de nós todos e, ao mesmo tempo, tão “esquecida” — ao grande público. O repórter, que escreve bem e de maneira simples — e parece rigoroso com as informações e correto com os dados pesquisados em outros livros —, torna a escravidão mais, digamos, “compreensível”? É provável. O autor mostra como ela foi terrível — daí as chagas na sociedade atual, com a forte presença do racismo. Recentemente, João Alberto Silveira Freitas, negro, foi assassinado numa unidade do Carrefour, supermercado cuja matriz fica na França — a suposta terra da Liberté, da Egalité e da Fraternité —, e um homem não aceitou, na Bahia, ser vacinado pela estudante de enfermagem Thais Carvalho, alegando que ela é negra. “Isso tirou o meu chão, eu fiquei em estado de choque”, afirma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário