Poucos dias antes da Índia se tornar independente em 15 de Agosto de 1947, a Assembleia constituinte decidiu que a bandeira da Índia teria de ser aceitável a todos os partidos e comunidades da época. Uma bandeira com três cores, açafrão, branco e verde com o Ashoka Chakra foi escolhida. Sarvepalli Radhakrishnan, quem depois tornou-se o primeiro vice-presidente da Índia, deixou claro que a bandeira adotada descreve seu significado a seguir:
“Bhagwa, ou a cor açafrão denota renúncia. Nossos líderes tem de ser indiferentes a ganhos materiais e se dedicar ao seu trabalho. O branco no centro é leve, o caminho da verdade para guiar nossa conduta. O verde mostra nossa relação com (o) solo, nossa relação com a vida vegetal, sobre o qual todos os outros no qual sua vida depende de nós. O "Ashoka Chakra" no centro do branco é a roda da lei de Dharma. Verdade ou satya, dharma ou virtude, isto deveria ser o princípio do controle daqueles que trabalham sob esta bandeira. Novamente, a roda denota movimento. Existe morte na estagnação. Índia não deveria mais resistir a mudança, deve mover e ir para frente. A roda representa o dinamismo de uma mudança pacífica. Representa também as 24 horas em um dia.
— Sarvepalli Radhakrishnan ”
Uma interpretação que é popularmente conhecida, mas não é oficial, é de que o açafrão significa pureza e espiritualidade, branco significa paz e verdade, verde é para fertilidade e prosperidade e a roda significa justiça.
A bandeira nacional da Índia foi adotada durante uma reunião ad hoc da Assembleia Constituinte realizada em 22 de Julho de 1947, vinte e dois dias antes da independência indiana do Reino Unido em 15 de Agosto de 1947. Ela foi usada como bandeira nacional do Domínio da Índia entre 15 de Agosto de 1947 e 26 de Janeiro de 1950 e, logo após, da República da Índia. Na Índia, o termo "tricolor" [Tirangā – तिरंगा (em hindi)] quase sempre é utilizado para se referir à sua bandeira nacional.
A bandeira nacional, adotada em 1947, é baseada na bandeira do Congresso Nacional Indiano, desenhada por Pingali Venkayya. Composta por três faixas sendo a do topo de açafrão profundo, branco no meio e verde em baixo. No centro, existe uma roda azul-marinho com vinte e quatro raios, conhecido como o Ashoka Chakra, extraído do Capitel do Leão de Ashoka (അശോകസ്തംഭം, em hindi) erguido em cima do Pilar de Ashoka em Sarnath. O diâmetro desse Chakra é três-quartos da altura da faixa branca. A relação da largura da bandeira para o seu comprimento é 2:3.2 A bandeira é também a bandeira de guerra do exército da Índia, içada diariamente em instalações militares.
As especificações da bandeira oficial exigem que ela seja confeccionada apenas de "Khādī", um tipo especial de pano feito à mão que ficou popular porque o líder Mahatma Gandhi a usava. A exibição e a utilização da bandeira são estritamente impostas pelo Código da Bandeira da Índia. Uma descrição heráldica da bandeira deve ser Partida por um fess de Açafrão e Vert em uma fess Argent e um Azure de "Chakra".
O Ashoka Chakra, "a roda da justiça" (Dharma).
MUMBAI
O Edifício Mantralaya, sede administrativa estadual, onde ao fundo é possível observar a maior bandeira da Índia em Bombaim, Maharashtra.
Anualmente, cerca de quarenta milhões de bandeiras são vendidas na Índia. A maior bandeira da Índia (6,3 x 4,2 m), é erguida pelo governo do estado de Maharashtra acima do edifício Mantralaya, a sede administrativa estadual.
Processo manufatureiro
Tamanhos da bandeira
Tamanho mm
1 6300 × 4200
2 3600 × 2400
3 2700 × 1800
4 1800 × 1200
5 1350 × 900
6 900 × 600
7 450 × 300
8 225 × 150
9 150 × 100
Após a Índia tornar-se oficialmente uma república em 1950, o Conselho das Normas da Índia (CNI) interpôs as especificações da bandeira pela primeira vez em 1951. Estas foram revistas em 1964 para obedecer ao sistema métrico, que fora aprovado na Índia. As especificações foram novamente alteradas em 17 de Agosto de 1968. As especificações abrangem todos os requisitos essenciais de fabricação da bandeira indiana, incluindo tamanhos, cor, valores cromáticos, brilho, linhas trançadas de cânhamo e de cordéis. Estas orientações são extremamente rigorosas e qualquer defeito na manufatura da bandeira é considerado uma séria ofensa passível que sujeita ao termo de multa, prisão ou ambos.8
"Khadi", um pano de mão-fiada, é o único material que pode ser utilizado para a confecção da bandeira. As matérias-primas para o Khadi estão restritas ao algodão, seda e lã. Existem dois tipos de khadi utilizados; o primeiro é o pano-khadi que constitui o corpo da bandeira e o segundo é o khadi-pato, que é um pano de cor bege que detém a bandeira ao pólo. Este tipo de tecelagem é extremamente raro, e há menos de uma dúzia de tecelões na Índia professando esta habilidade. As diretrizes também estabelecem que deve haver exatamente 150 fios por centímetro quadrado, quatro linhas por costura, e um pé quadrado deve pesar exatamente 205 gramas.
O tecido khadi é obtido a partir de duas unidades artesanais nos distritos de Dharwad e Bagalkot do norte de Karnataka. Atualmente, a federação de manufatura Karnataka Khadi Gramodyoga Samyukta Sangha, que tem sua base em Hubli, é a única licenciada na produção e fornecimento da bandeira na Índia. A permissão para a criação e a fabricação da bandeira da Índia é atribuída pela Comissão Industrial da Aldeia e Khadi (CIAK), embora o CNI tenha o poder de anular os certificados que ignorem as orientações.
Uma vez tecido, o material é enviado para laboratórios do CNI para testes. Após rigorosos testes de qualidade; a bandeira, se aprovada, é devolvida para a fábrica. Em seguida, esta é branqueada e tingida com as respectivas cores de tinta. No centro, o Ashoka Chakra é impresso e devidamente bordado. Os minuciosos cuidados que se deve ter com o Chakra são completamente visíveis em ambos os lados da figura. O CNI, em seguida, verifica as cores e só depois pode ser vendida a bandeira.
Protocolo da bandeira apropriado
A bandeira da Índia e o emblema do Estado em cima de Vidhana Soudha em Bengaluru (Bangalore).
Antes de 2002, a grande população da Índia não podia erguer publicamente sua bandeira nacional, com exceção de feriados nacionais designados. Somente os maiores oficiais e funcionários do governo poderiam fazê-lo. O industrialista Naveen Jindal arquivou uma petição de público interesse na Suprema Corte de Delhi, buscando a surpreendente e inédita baixa desta restrição. Jindal aparentemente ergueu a bandeira em cima de seu prédio comercial, mas como este foi contra o Código da Bandeira Nacional, a bandeira foi apreendida e foi informado a ele que era viável uma tentativa passível de ser processado judicialmente. Jindal argumentou que hasteando a bandeira nacional com o devido decoro e honra foi o seu direito como cidadão, e uma forma de expressar o seu amor à Índia. O caso mudou-se para a Suprema Corte da Índia, que pediu ao Governo da Índia para criar uma comissão para examinar o assunto. O Gabinete da União alterou o Código da Bandeira Indiano, com sucesso a partir de 26 de janeiro de 2002, permitindo que o público em geral, para içar da bandeira em todos os dias do ano, forneça a salvaguardada à dignidade, honra e respeito perante a bandeira.
No caso União da Índia vs. Yashwant Sharma, foi decidido que, embora o Código da Bandeira não é um estatuto, as restrições no âmbito do Código devem ser seguidas para preservar a dignidade da Bandeira Nacional. O direito de arvorar a Bandeira Nacional não é um direito absoluto, mas um direito qualificado e deve ser respeitado, tendo em conta o artigo 51 A da Constituição.
Respeito à bandeira
As leis da Índia dizem que a bandeira nacional deve sempre ser tratada com "dignidade, lealdade e respeito". O Código Bandeira da Índia de 2002, que substituiu "os Nomes e Insígnias (Prevenção de utilização abusiva) Ato, 1950", regulamenta a exibição e o uso da bandeira. O regulamento oficial estipula que a bandeira nunca deve tocar o solo ou a água, ser usado como uma toalha na frente de uma plataforma, cobrir uma estátua, placa, pedra, etc. Até 2005, a bandeira não poderia ser usada em vestuário, uniformes ou disfarce. Em 5 de Julho de 2005, o Governo da Índia alterou o código, permitindo a utilização da bandeira em vestuários e uniformes. No entanto, ela não pode ser utilizada em vestuário abaixo da cintura ou em roupas íntimas. É também proibido bordar a bandeira nacional e outros símbolos em almofadas ou travesseiros.
A bandeira também não pode ser intencionalmente colocada de cabeça para baixo, mergulhada em algo, ou ter qualquer outro objecto diferente, como pétalas de flores. Nenhum tipo de letra pode ser inscrito na bandeira.
Manuseio da bandeira
Modos corretos de posicionar a bandeira na horizontal e na vertical.
Há uma série de regras tradicionais de respeito que devem ser observados quanto ao tratamento ou a exibição da bandeira. Quanto ao horário, a bandeira deve sempre ser içada ao amanhecer e à baixa do pôr do sol, independentemente das condições meteorológicas. A bandeira também pode ser içada em um edifício público à noite, porém apenas em circunstâncias especiais.
A bandeira nunca deve ser descrita, exposta ou voar de cabeça para baixo. A tradição também afirma que, quando virada na vertical, a bandeira não deve apenas ser rodada 90 graus, mas também invertida. Uma "lida" da bandeira nas páginas de um livro, de cima para baixo e da esquerda para a direita, e após a rotação, os resultados devem ser o mesmo. Também é insultuoso hastear a bandeira em estado gasto ou sujo. A mesma regra se aplica aos pólos da bandeira e à haste, usados para içar a bandeira, que devem ambos estar sempre em um bom estado de manutenção.
Eliminação
Quando o Tiranga está em um estado danificado ou sujo, não pode ser abandonado ou desrespeitadamente eliminado, mas deve ser destruído, como um todo, preferencialmente por incineração ou por qualquer outro método compatível com a dignidade da bandeira. A outra forma adequada para destruir o Tiranga poderia ser a imersão na Ganga ou enterrado com o devido respeito.
Outras bandeiras
Bandeira Força Aérea
Bandeira Naval
Bandeira Marítima
Bandeira Civil
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