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sábado, 16 de setembro de 2017

Há 240 mil crianças entre os rohingya que fugiram de Myanmar

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) informou hoje que calcula que 240.000 crianças se encontrem entre os muçulmanos de etnia rohingya que fugiram de Myanmar para o vizinho Bangladesh nas últimas três semanas.

A porta-voz da UNICEF Marixie Mercado disse que aquele número, que representa à volta de de 60% do total de 391.000 refugiados, inclui cerca de 36.000 crianças com menos de um ano.
Entre os refugiados encontrar-se-ão ainda 52.000 mulheres grávidas ou lactantes.
Mercado indicou que a agência calcula que 1.100 menores não acompanhados atravessaram a fronteira na última semana.
A violência no oeste de Myanmar escalou a 25 de agosto com uma ofensiva militar lançada na sequência do ataque contra três dezenas de postos da polícia efetuado pelos rebeldes do Exército de Salvação do Estado rohingya (Arakan Rohingya Salvation Army, ARSA), que defende os direitos da minoria muçulmana.
Segundo uma estimativa das Nações Unidas, divulgada anteriormente, mais de mil de pessoas da minoria muçulmana podem ter morrido nessa vaga de violência no estado de Rakhine, um número que é duas vezes superior ao das estimativas birmanesas.
O Conselho de Segurança da ONU pediu na quarta-feira "medidas imediatas" para acabar com a violência contra os rohingya, expressando "profunda preocupação com a situação atual" em Myanmar.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que os "crimes contra a humanidade" que sofrem os rohingya em Myanmar podem ser considerados limpeza étnica, em linha com o Alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos do Homem que, na segunda-feira, declarou que a forma como Myanmar trata a minoria muçulmana aparenta "um exemplo clássico" disso mesmo.

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