MEU PAI
Sempre foi um bom pai.
Apoiava minha mãe em tudo.
Concordava com todas as acolhidas, quem precisasse de um abrigo encontrava,
Só tomávamos refrigerantes nos domingos, pois fora disso água e sucos.
Pão, sorvete e chocolates ele sempre trazia.
Muito calmo,tranquilo preferia dormir a ir num passeio, isso minha mãe fazia.
Às vezes bebia muito, no frio pra esquentar, no calor pra refrescar.
No seu trabalho todos gostavam muito dele, os patrões herdeiros jovens confiavam muito nele.
Fazia pagamentos altíssimos a PETROBRAS, em sua pochete preta carregava 500, 600, 900, mil reais.
Os clientes do posto sempre recorriam a ele para abastecer os carros com cheques pré-datados, muitos sem fundos, cobrava pessoalmente.
TRABALHAR como lubrificador foi muito prejudicial, perdeu a saúde.
Sempre que eu podia fazia uma visita no posto, beijava no box,sujo de óleo, lembro do seu cheiro de combustível. De vez em quando sinto seu cheiro por aqui.
Adoeceu muito grave e em uma semana se foi.
Tudo começo com ele se sentindo mal, Foi levado por nosso vizinho André e minha irmã para o hospital SALGADO FILHO NO MÉIER, Ficou sentado todo tempo, aplicaram soro glicosado, ele piorou, tentou tirar o soro, Entrou em choque, só então mediram a glicose, estava quase 500.
Assim que melhorou um pouco deram alta pra se livrarem do erro.
Ele só piorando, fim de semana passou, última vez que vi meu pai, me beijou e na segunda minha irmã e meu vizinho policial PAULO o leram pro hospital SOUZA AGUIAR, não queriam nem atende-lo eles tiveram que carregá-lo no colo, brigar xingar,
Quase foram a delegacia fazer um B.O. BOLETIM DE OCORRÊNCIA.
Conseguiram uma maca na emergência, sala de homens, impediram minha irmã de ficar com ele, passou a noite sozinho, uns moradores de rua que dormiam livres no hospital roubaram tudo dele roupas e o chinelo banco que ele amava.E aqui a casa encheu,todos falando, chorando, comendo.
NA TERÇA-FEIRA 12 DE JANEIRO DE 1999 , ÁS 3 HORAS DA TARDE AOS 58 ANOS, SEU TEMPO ACABOU
A mulher do Paulo, Márcia ligou pro hospital e disseram pra levar uma roupa e documentos pois EDMAR FALECEU.
Que dia triste avisar a todos etc.
Minha irmã resolveu tudo, Robson pagou o enterro, foi lá apoiar minha irmã acompanhado da outra mulher com quem foi morar.
IMAGINA A DOR DELA.
Lucimar levou o terno azul marinho que ele usou no seu casamento, camisa social azul, e o meu perfume que ele adorava,
Foi um cortejo, RUA PRESIDENTE VARGAS VAZIA, madrugada, foi pra capela de INHAÚMA, enterro no outro dia.
Minha mãe foi no velório, mas eu passei muito mal, pressão 6x4, nem ficou pro enterro, veio me socorrer.
Escrevendo e chorando sentindo tudo de novo.
Sobrevivemos a essa perda.
Meu pai foi um anjo tudo organizado, documentos seguro de vida só pra minha mãe.
O Tempo foi passando era preciso ser prática, lá foi minha irmã dar entrada no INSS, NO SEGURO...
O TIO PAULINHO FOI COM ELA.
Meses depois tudo resolvido, muitas exigências, idas e vindas....
Aprovada a pensão de viúva, cheque do seguro de vida.
O Seguro foi dividido entre os filhos e minha mãe, tia LURDINHA foi incluída, considerada como filha.
Até depois de morto meu pai cuidou de nós como sempre fez....
MEU MELHOR AMIGO, SAUDADES
MEU PAI NO TRABALHO E NETOS
RHUANA TODOS OS DIAS PASSAVA PRA VISITAR.
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