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sexta-feira, 11 de maio de 2018

130 anos da abolição da escravatura no Brasil 130 years of the abolition of slavery in Brazil


Em 13 de maio de 1888, foi assinada a Lei Áurea, que aboliu a escravidão do Brasil. Passados 130 anos, o racismo permanece como um grave problema na sociedade brasileira.

Em 2018, completam-se 130 anos da abolição da escravatura no Brasil. Uma data tão importante gera debates e reflexões acerca da inserção do negro na sociedade brasileira naquele período do final do século XIX e também sobre os desafios atuais que a nossa sociedade ainda possui nas questões que envolvem a desigualdade racial que existe em nosso país.

Uma série de dados reforça a existência do racismo no Brasil. Isso é resultado de todo o processo histórico que aconteceu por aqui, que não promoveu políticas públicas efetivas no sentido de inserir os negros na sociedade. Essa situação reflete-se na condição atual do nosso país em índices que evidenciam uma desigualdade racial alarmante.

Sobre essa discussão cabe também algumas reflexões acerca da continuidade do trabalho escravo no nosso país (de maneira ilegal, claro) mesmo após os 130 anos da proibição desse tipo de trabalho no Brasil. A respeito dessa discussão cabe também uma contextualização sobre como aconteceu o processo que causou o fim da escravatura na década de 1880.

Abolição da escravatura no Brasil
A causa abolicionista no Brasil ganhou força a partir da década de 1870, sobretudo após o fim da Guerra do Paraguai. O fortalecimento da causa abolicionista refletiu-se diretamente no Brasil a partir da fundação de organizações que debatiam ações para promover essa causa nos meios políticos brasileiros e foi acompanhado de algumas leis, como a Lei do Ventre Livre.

A transição do Brasil para o fim da escravatura foi, no entanto, lenta e gradual de uma maneira que atendia os interesses dos grandes defensores desse tipo de trabalho no nosso país: os grandes proprietários do Sudeste brasileiro. A postergação de reformas que caminhassem nesse sentido (da emancipação dos negros) era uma prática brasileira desde o Primeiro Reinado.

Por fim, vale dizer que a abolição da escravatura não foi acompanhada de políticas que promovessem a integração dos negros libertos na sociedade e muito menos para que obtivessem um meio de subsistência. Isso foi o grande responsável pelo abismo social existente entre negros e brancos no nosso país, visto que medidas racistas foram tomadas durante as décadas seguintes e mantiveram esse quadro de desigualdade social.


O que mudou após a abolição?
Na prática, o que mudou foi que a escravidão enquanto prática institucionalizada e legalizada pelo Estado deixou de existir. O racismo e a exclusão do negro da sociedade permaneceram enquanto práticas da nossa sociedade, e isso pode ser percebido ao longo de todo o processo histórico do Brasil a começar pela própria Primeira República.

Primeiramente, uma questão muito importante ao se pensar em abolição é analisar as formas de integração econômica que deveriam ter sido realizadas. Joaquim Nabuco, por exemplo, afirmava que era de vital importância que a abolição fosse acompanhada de uma reforma agrária para garantir ao liberto uma forma de subsistência e para que o ciclo de dependência do negro não se perpetuasse. Isso não aconteceu, e os negros tiveram poucas oportunidades de se desenvolver economicamente.

130 years of the abolition of slavery in Brazil

On May 13, 1888, the Golden Law was signed, which abolished slavery in Brazil. After 130 years, racism remains a serious problem in Brazilian society.

In 2018, 130 years of the abolition of slavery in Brazil are completed. Such an important date generates debates and reflections about the insertion of the black in Brazilian society in that period of the late nineteenth century and also on the current challenges that our society still has in the issues that involve the racial inequality that exists in our country.

A series of data reinforces the existence of racism in Brazil. This is the result of the whole historical process that has taken place here, which has not promoted effective public policies in the sense of inserting blacks into society. This situation is reflected in the current condition of our country in indices that show an alarming racial inequality.

Some reflections on the continuity of slave labor in our country (illegally, of course) are also on this discussion, even after 130 years of prohibition of this kind of work in Brazil. In relation to this discussion, it is also possible to contextualize the process that led to the end of slavery in the 1880s.

Abolition of slavery in Brazil
The abolitionist cause in Brazil gained momentum starting in the 1870s, especially after the end of the Paraguayan War. The strengthening of the abolitionist cause was reflected directly in Brazil from the foundation of organizations that debated actions to promote this cause in Brazilian political circles and was accompanied by some laws, such as the Law of Free Womb.

The transition from Brazil to the end of slavery was, however, slow and gradual in a way that served the interests of the great defenders of this kind of work in our country: the great owners of the Brazilian Southeast. The postponement of reforms in this direction (of the emancipation of blacks) was a Brazilian practice since the First Reign.

Finally, it is worth saying that the abolition of slavery was not accompanied by policies that promoted the integration of the freed blacks into society, let alone to obtain a means of subsistence. This was largely responsible for the social gulf between blacks and whites in our country, since racist measures were taken during the following decades and maintained this framework of social inequality.

What changed after the abolition?
In practice, what has changed is that slavery as an institutionalized and legalized state practice ceased to exist. The racism and exclusion of the black from society remained as practices of our society, and this can be seen throughout the entire historical process of Brazil starting with the First Republic itself.

Firstly, a very important issue when thinking about abolition is to analyze the forms of economic integration that should have been carried out. Joaquim Nabuco, for example, affirmed that it was vitally important that the abolition be accompanied by an agrarian reform to guarantee to the freedman a form of subsistence and so that the cycle of dependence of the black one did not perpetuate itself. This did not happen, and blacks had little opportunity to develop economically.




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