EFE | NOVA DÉLHI
Narendra Modi, o hinduísta que governará a Índia, é um homem que quando criança ajudava o pai vendendo chá em uma estação de trem e quando adulto ganhou o eleitorado com uma mensagem de revigoramento econômico e um hábil uso das novas tecnologias.
A popularidade do líder do Bharatiya Janata Party (BJP) - aprovado por sua boa gestão no estado ocidental de Gurajat, que governa há 12 anos - subiu em paralelo à queda do Partido do Congresso após uma década no poder e atingido pela corrupção e pela desaceleração econômica.
O candidato do Bharatiya Janata Party (BJP) Narendra Modi cumprimenta simpatizantes na sede do partido em Gandhinagar nesta sexta-feira. EFE
O candidato do Bharatiya Janata Party (BJP) Narendra Modi cumprimenta simpatizantes na sede do partido em Gandhinagar nesta sexta-feira. EFE
O líder nacionalista hindu, por outro lado, forjou uma imagem de honesto e bom gerente, transformando Gurajat em um dos estados mais prósperos do gigante asiático e nos quais melhor funciona a Administração, uma conquista que durante a campanha eleitoral vendeu como exportável para o resto da Índia.
Uma trajetória de homem de sucesso que lhe valeu uma vitória histórica em detrimento do Partido do Congresso, da dinastia Nerhu-Gandi que governou a Índia praticamente desde a independência do país em 1947.
Aos 63 anos, NaMo, acrônimo com que lhe apelidam seus partidários, divulgou esta imagem de bom gerente nas redes sociais, em um país com cem milhões de usuários do Facebook, um número que só é superado pelos Estados Unidos.
Modi chegou a dar comícios em três dimensões (3D), para estar presente em até 140 lugares ao mesmo tempo na maior democracia do mundo, se comparando com líderes espirituais e deuses do hinduísmo, que a tradição lhes atribui estar em vários lugares ao tempo.
Nascido em 1950 no seio de uma família numerosa de casta baixa da cidade de Vadnagar, em Gujarat, cresceu ajudando a seu pai, vendedor de chá, na estação de trem.
Quando adolescente protagonizou um episódio obscuro ao se casar aos 18 anos com uma jovem de um povoado próximo, conforme o costume que os pais acertem as bodas de seus filhos sem consultá-los.
Modi deixou sua esposa, Jashodaben Chimanlal, aos três anos de um casamento que não constava em sua biografia oficial, embora durante as eleições tenha reconhecido o casamento, pois a lei obriga desde setembro de 2013 a nomear o cônjuge para evitar casos de corrupção por transações de dinheiro ilícitas.
O abandono da mulher coincidiu com o fim dos estudos de Modi e sua entrada em 1971 no Rashtriya Swayamsevak Sangh (RSS), grupo de extrema direita hindu que simpatizou com a Alemanha nazista e do qual fez parte Nathuram Godse, o assassino do Mahatma Gandhi.
Após mais de uma década de afiliação a esse grupo, Modi se tornou militante em 1985 do BJP, partido hinduísta com um perfil mais moderado, mas que se inspira no ideário e na doutrina do RSS.
A carreira política de Modi foi desde então meteórica: após ganhar a confiança dos dirigentes e escalar sem pausa o organograma do partido, foi em 2001 candidato ao governo local de Gujarat, onde ainda conserva o cargo de primeiro-ministro regional, após triunfar em quatro pleitos consecutivos.
No entanto, a gestão de Modi nesse estado começou com um capítulo sangrento, que gerou o temor entre minorias como a muçulmana, em um país 80% hinduísta.
Em fevereiro de 2002, 59 peregrinos hindus morreram quando o trem em que viajavam pegou fogo e radicais hindus acusaram ativistas islâmicos de atear fogo ao comboio, perpetrando como represália um massacre indiscriminado de mais de mil muçulmanos.
Modi não foi levado à justiça, mas algumas testemunhas afirmam que instruiu a Polícia para que deixasse fazer aos assassinos.
O massacre também lhe valeu críticas na comunidade internacional, em particular no Reino Unido e nos EUA, país que em 2005 lhe negou o visto, mas que deu uma reviravolta inesperada em sua relação. Em fevereiro passado, a então embaixadora dos EUA em Nova Délhi, Nancy Powell, o visitou em Gujarat.

EFE | NEW DELHI 2014 
Narendra Modi, the Hindu who will rule India, is a man who as a boy helped his father selling tea in a train station and an adult won the electorate with a message of economic revival and a skillful use of new technologies. 

The popularity of the leader of the Bharatiya Janata Party (BJP) - approved by his good management in the western state of Gujarat, who ruled for 12 years - rose in parallel to the decline of the Congress Party after a decade in power and hit by corruption and deceleration economic. 
  Bharatiya Janata Party (BJP) Narendra Modi greets supporters at party headquarters in Gandhinagar on Friday. EFE 
The candidate of the Bharatiya Janata Party (BJP) Narendra Modi greets supporters at party headquarters in Gandhinagar on Friday. EFE 
The Hindu nationalist leader, on the other hand, has forged an image of honest and good manager, transforming Gujarat into one of the most prosperous states of Asia and which works better management giant, an achievement that during the election campaign sold as exportable to the rest of India. 

A history of successful man that earned him a historic victory over the Congress, the Nehru-Gandhi dynasty that ruled India almost since the country's independence in 1947 Party. 

At 63, Namo acronym that you Surname his supporters released this image of good manager in social networks, in a country with a hundred million users of Facebook, a number that is only surpassed by the United States. 

Modi arrived to give rallies in three dimensions (3D) to be present in up to 140 seats while the world's largest democracy, comparing with spiritual leaders and gods of Hinduism, which tradition assigns them to be in several places at the time. 

Born in 1950 in the midst of a large family of low caste city Vadnagar in Gujarat grew up helping his father, tea seller, at the train station. 

As a teen starred in an obscure episode to get married at 18 with a couple from a nearby village, according to the custom that parents get it right the marriage of their children without consulting them. 

Modi left his wife, Jashodaben Chimanlal, to three years of a marriage that was not included in his official biography, although during the elections has recognized marriage as the law requires from September 2013 to appoint the spouse to avoid corruption by transactions illicit money. 

The abandonment of women coincided with the end of the studies of Modi and his entry into Rashtriya Swayamsevak Sangh in 1971 (RSS), Hindu right-wing group who sympathized with Nazi Germany and which was part Nathuram Godse, the assassin of Mahatma Gandhi. 

After more than a decade of affiliation with that group, Modi became militant in 1985 the BJP, Hindu party with a more moderate profile, but that is inspired by the ideology and doctrine of the RSS. 

Modi's political career has since been meteoric: after gaining the trust of leaders and climb without pause the organogram of the party in 2001 was a candidate for the local government of Gujarat, which still retains the post of regional prime minister, after triumphing in four consecutive elections. 

However, the management of this state Modi began with a bloody chapter, which generated fear among minorities such as the Muslim in a country 80% Hindu. 

In February 2002, 59 Hindu pilgrims died when the train they were traveling in caught fire and Hindu radical Islamists accused of setting fire to the train, perpetrating indiscriminate reprisal massacre of over a thousand Muslims. 

Modi was not brought to justice, but some witnesses say the police instructed him to leave the murderers do. 

The massacre also earned him criticism in the international community, in particular the UK and the USA, a country which in 2005 denied him a visa, but gave an unexpected twist in their relationship. Last February, then-US ambassador in New Delhi, Nancy Powell, visited Gujarat.