Hoje (3 de março) é o Dia Mundial da Vida Selvagem (World Wildlife Day). A data foi criada pela ONU para celebrar a fauna e a flora do mundo e chamar a atenção para a importância da conservação e para os perigos enfrentados pelas espécies. Segundo o site da organização, “o Dia nos lembra da necessidade urgente de intensificar a luta contra os crimes contra a vida selvagem, que têm amplos impactos econômicos, ambientais e sociais.”
A destruição do habitat é a principal ameaça enfrentada pela vida selvagem. Com a derrubada das árvoresa harpia perde locais para construção de ninhos, o mico-leão-dourado fica aprisionado em ilhas de florestas entre os campos que foram abertos e o tamanduá-bandeira corre o risco de ser atropelado ao cruzar uma estrada.
As queimadas liberam gás carbônico (CO2) e contribuem para o efeito estufa. O fenômeno é mais claro nos polos, onde o urso-polar tem menos tempo para caçar focas no gelo marítimo e precisa nadar grandes distâncias em busca de alimento. Mas o aquecimento global também é sentido nos trópicos e nos oceanos. Anfíbios e corais são sensíveis ao aumento na temperatura.
Hoje somos mais de 7 bilhões. A população mundial continua crescendo e as cidades seguem diminuindo cada vez mais o espaço dos animais. A proximidade com os seres humanos traz problemas para grandes predadores, como a onça-pintada que enfrenta a retaliação de fazendeiros, que abatem o felino para proteger seus rebanhos. Milhares de elefantes morrem a cada ano para que suas presas sejam transformadas em objetos religiosos. Tigres são exterminados para que seus ossos sejam vendidos como remédios no mercado negro asiático. Cornos de rinocerontes têm o mesmo destino.
O tráfico de animais também é motivo de baixas consideráveis. Segundo a Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (RENCTAS), a cada dez animais retirados da natureza só um sobrevive. Há mais araras-azuis em cativeiro do que na natureza e a ararinha-azul possivelmente já está extinta de seu habitat natural.
O caso mais extremo é o do Solitário George. Ele era considerado o animal mais raro do mundo. Atartaruga-gigante era a última sobrevivente da Ilha de Pinta (Galápagos). A morte de George no dia 24 de junho de 2012 marcou a extinção da espécie.
No Brasil temos a Amazônia, o Cerrado, o Pantanal, a Caatinga, a Mata Atlântica e os Pampas. Esses seis biomas, tão diferentes, oferecem habitats distintos e permitiram o surgimento de novas espécies durante a evolução. No entanto, a Mata Atlântica já perdeu mais de 90% de sua área original, o Cerrado cede espaço para a soja e para a cana-de-açúcar. Na Amazônia uma área equivalente ao estado do Sergipe é desmatada a cada ano e a Caatinga e o Pantanal sofrem modificações em suas paisagens.
A vida selvagem está em risco e é preciso mais do que um dia para salvá-la. Reservas e projetos de conservação lutam para a preservação de animais ameaçados de extinção, mas o investimento em recursos renováveis, como energia solar por exemplo, ajudaria a salvar essas espécies que têm direito à vida tanto quanto nós.
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