CULTURA INDIANA
A Índia é um país que ocupa 2.4% do território no planeta, porém que contém 16.8% da população mundial. Até julho de 2006 a mesma era de 1.095.351.995 habitantes.
De grande diversidade cultural, a Índia tem no seu povo o retrato de uma sociedade rica em costumes, mas também em confrontos étnicos. Os hindus e muçulmanos estão sempre em animosidades, pelo lado da religião. A origem do povo indiano através das invasões de outros povos deixa claro que a grande diversidade cultural é resultado de animosidades, mas nem por isso deixa-se de preservar a cultura.
Cultura Hindu
O hinduísmo, religião de mais de 80% da população indiana, não possui um fundador. Ela se baseia na ajuda ao indivíduo a experimentar a divindade que está em todas as partes. Ela afirma a existência de um ser supremo (Brahman) cujas várias facetas são representadas por uma trindade constituída pelos desuses: Brahma, Vishnu e Shiva. Brahma é o deus criador que coloca o universo em movimento e é a representação da força criadora. Shiva, por sua vez, representa a destruição ou transformação, que destrói com o intuito de construir algo novo. E Vishnu é o deus conservador, responsável pela manutenção e conservação do universo criado por Brahma. As orações hindus são feitas pelos seus seguidores em templos ou em pequenos santuários. O hinduísmo é uma religião flexível na qual existem fiéis que não demonstram serem hindus. Os códigos sagrados da religião estão fundamentados nos Vedas (palavra em sânscrito que significa conhecimento) que são um conjunto de textos sagrados consistindo em escrituras que incluem canções, hinos, ritos, dizeres e ensinamentos e que são divididos em quatro livros: Rigveda, Samaveda, Yajurveda e Artharvaveda. Estes quatro volumes são divididos em duas partes: a porção do trabalho (rituais politeístas) e a porção do conhecimento (especulações filosóficas), também chamada de Vedanta. No hinduísmo existe um grande respeito pelos animais, sobretudo pela vaca, o macaco e a serpente. Estes animais são considerados sagrados, pois neles costumam se manifestar as divindades.
Cultura Budista
Budismo é uma religião e filosofia baseada nos ensinamentos deixados por Siddhartha Gautama, ou Sakyamuni (o sábio do clã dos Sakya), o Buda histórico, que viveu aproximadamente entre 563 e 483 a.C. no norte da Índia, hoje Nepal. Nascido príncipe, segundo sua história, ele vivia cercado de luxo desde pequeno e aos 29 anos resolveu abandonar sua vida e os bens materiais e levar uma vida errante. Buda descobriu que o melhor jeito de chegar à verdade é pela meditação, pela não-violência e pela moderação. Ele viajou pela Índia durante 44 anos. Aos 35 anos de idade (aproximadamente 525 a.C.), sentado sob uma árvore Bodhi, em uma noite de lua cheia, ele experimentou extraordinária sabedoria, compreendendo a verdade suprema do universo e alcançando profunda visão dos caminhos da vida humana. Os budistas chamam essa compreensão de "iluminação". A partir de então, ele passou a ser chamado de Buda Shakyamuni. A palavra Buda pode ser traduzida como: "aquele que é plenamente desperto e iluminado". No budismo não havia sistema de castas, o que atraiu um número considerável de adeptos. Esse número foi aumentado também devido à linguagem utilizada que não era sânscrito e sim mais popular. A religião budista não possui livros sagrados.
Cultura Islâmica
Fundado pelo profeta Maomé no século VII, o Islamismo é uma religião monoteísta a qual segue 13,4% da população indiana. A mensagem do islã caracteriza-se pela sua simplicidade: para atingir a salvação basta acreditar num único Deus, rezar cinco vezes por dia, submeter-se ao jejum anual no mês do Ramadã, pagar dádivas rituais e fazer, se possível, uma peregrinação à cidade de Meca ao menos uma vez na vida. Como sagradas escrituras, os muçulmanos têm o Corão que crêem ser a palavra de Deus revelada ao profeta Maomé. São usados também o Torá escrito por Moisés, os Salmos de Davi e o Evangelho por Jesus Cristo.
Por volta do século VIII iniciou-se a invasão muçulmana ao norte da Índia e após três séculos de batalha sua fixação foi irreversível. Iniciou-se nessa época, e perpetua até os dias de hoje um conflito entre os muçulmanos e os hindus, que são maioria na Índia. O islã, por possuir um apelo igualitário ignorando o sistema de castas, atraiu partes da população indiana marginalizados pelas castas ou incontentes com o hinduismo. Outro ponto de discórdia entre essas religiões é o caráter monoteísta do islamismo que contrasta diretamente com o politeísmo hindu.
Cultura Sique
O siquismo é a mistura do islamismo e do hinduísmo. Essa religião foi fundada nodo século XV pelo Guru Nanak, que, segundo sua história, desapareceu em um rio e retornou três dias depois recitando a frase "Não há hindus. Não há muçulmanos" (Puratan Janam-sakhi), sua máxima mais famosa. Segundo os seus ensinamentos, a religião deveria ser um meio de união entre os seres humanos, porém, na prática, esta colocava as pessoas em conflito. Neste sentido, Nanak lamentava de forma especial os enfrentamentos entre hindus e muçulmanos, assim como as práticas de caráter ritual que apartavam o ser humano da busca do divino. Os seguidores do siquismo foram perseguidos no século XVII e, por isso, formaram o seu próprio exército (Khalsa). Seus membros são caracterizados pelos 5 K: kes (cabelos jamais cortados); kangha (pente); kirpan (adaga); kara (bracelete de ferro) e kachh (calções). O número de sikhs no mundo é estimado em cerca de 23 milhões, o que faz do sikhismo a quinta maior religião mundial em número de aderentes. É estimado que cerca de 21 milhões viva na Índia, em sua maioria, no estado do Punjabe.
A Arquitetura
A arquitetura indiana é significativamente bem desenvolvida. Influenciada pelas várias culturas e religiões que convivem no seu território, ela passou por várias fases diferentes absorvendo a cada estagio elementos de cada influência. A primeira fase se caracteriza por uma grande influencia do budismo com as stupas (pequenos templos para guardar as relíquias dedicadas a Buda) e os chaityas (templos rupestres). A partir do século V, a ascensão do hinduismo e do jainismo adicionou à arquitetura indiana as sanefas, das quais exemplos mais importantes estão na colina de Parasnath, em Bihar; no monte Abut, em Abu Rajasthan; e em Strunjaya, em Gujarat. Com a chegada do século XIII e dos muçulmanos, a arquitetura indiana teve adicionados elementos característicos da mesma presentes em templos como o famoso mausoléu de Gol Gundadh (1660), em Bijapur. A influencia mongol veio nos séculos XVI a XVIII e é caracterizada pelo uso de materiais luxuosos como o mármore, tendo como seu maior exemplo o famoso mausoléu Taj Mahal. Com a dominação inglesa, mais um estilo foi adicionado à já rica arquitetura indiana. Hoje seus prédios variam entre a arquitetura clássica indiana e a arquitetura européia.
A escultura e a pintura
Assim como a arquitetura, a escultura e a pintura indianas foram se modificando com o tempo e as novas culturas e povos que chegaram à Índia. Marcada no início por uma grande influencia budista com muitas esculturas retratando seus deuses, a escultura indiana nessa época era marcada por obras em baixo relevo comuns nas colunas com formas de animais que adornavam os templos. Os relevos foram muito utilizados também após o desenvolvimento da escultura hindu através de relevos nos santuários. A influencia muçulmana foi responsável por uma mudança da escultura indiana para as formas lineares, para o contorno pronunciado em vez do volume transformando-a num objeto de decoração. Essa influencia trouxe também uma mudança da escultura que deixou de retratar as figuras sensíveis dos deuses budistas e passou a retratar figuras com muitos detalhes caracterizadas por múltiplos braços que se viam presentes em templos hinus e jain.
A pintura indiana parece ter se desenvolvido, em seu início, paralelamente à escultura e se apresenta já plenamente formada em suas primeiras manifestações conhecidas, pertencentes ao período de Sanchi (séculos II-I A.C.). Por estar no caminho entre o oriente e o ocidental a pintura indiana, diferentemente de outras pinturas orientais, traz elementos mais familiares à cultura ocidental. Apesar das semelhanças, a arte indiana no geral se manifesta, em grande parte, à serviço da religião. Embora, com a grande influencia de diversas culturas que foram para o território indiano e hoje é uma fusão das mesmas. As pinturas indianas podem ser classificadas amplamente em murais e miniaturas. Os murais são enormes trabalhos executados em paredes de estruturas sólidas mais vistos em templos e cavernas. Já as miniaturas são desenhos feitos em pequena escala marcados por obras coloridas e impressões racionais.
A matemática
A matemática hindu tem grande influência no mundo inteiro, os universalmente conhecidos ''algarismos arábicos'' são de origem hindu. Os hindus conheciam a extração da raiz quadrada e cúbica e tinham noções das leis fundamentais da trigonometria. Os conhecimentos matemáticos dos hindus, tão essenciais para várias ciências, foram divulgados na Europa pelos árabes. Uma das grandes influências da matemática indiana no ocidente é através do matemático Báscara (ou Bhascar), nascido em 1114, cujo nome evoca a solução de equações algébricas do segundo grau, e quefoi também um importante astrônomo. Seu tratado de álgebra foi base para álgebra da Europa alguns séculos depois. Uma outra contribuição importante dos hindus para a matemática é a função do seno na trigonometria.
As letras
A literatura da Índia Antiga é rica e variada e, segundo alguns especialistas, a mais antiga do mundo. Foi na Índia que surgiram as primeiras manifestações literárias da cultura ocidental, escritas em sânscrito (ano 2500 a.C.). No início foram escritos os Vedas, obra religioso-filosófica que é a reunião dos textos sagrados do hinduísmo, que costumam se agrupar em três blocos: as Samhita, os Brahmana e os Sutra. Após os Vedas são escritos os famosos poemas épicos - Mahabharata e Ramaiana – que relatam os feitos dos heróis e compreendem numerosas lendas antigas.
As fábulas indianas – especialmente as coleções Panchatantra e Hitopadeza que retratam histórias de animais – foram disseminadas ao longo dos séculos por toda a Europa, se tornando, segundo afirmam alguns historiadores, a base para uma série de fábulas conhecidas do mundo ocidental como as Fábulas de Ésopo e As Mil e Uma Noites. Muitas características da rica literatura indiana continuaram influenciando a literatura medieval de diversos países da Europa.
A literatura indiana, também disseminada pela Pérsia, chegou inclusive até a Grécia clássica. Com a conquista da Espanha pelos mouros, são introduzidos cantos indianos pela Europa medieval.
A literatura indiana contemporânea é marcada por Rabindranath Tagore (1861-1941), vencedor do prêmio Nobel de Literatura em 1913 por seu livro de poemas Gitanjali (Oferenda Lírica), foi um grande poeta, contista, dramaturgo e crítico de arte hindu. Outro escritor de grande expressão atualmente é o romancista Salman Rushdie, cuja obra ‘Filhos da Meia Noite’, escrita na língua inglesa, é considerada um dos melhores romances contemporâneos. Hoje em dia, a literatura indiana também é muito forte na língua inglesa devido à decisão devido à decisão em 1950 pela reunião Writers Workshop de incentivar a publicação de literatura indiana em inglês.
A Culinária
Costuma-se dizer que a Índia é mais um continente do que um país. Dentro de um mesmo território são abrigadas enormes variações de religião, costumes, línguas, culinária, assim como sua topografia.
Caracterizada pelo uso de muitos temperos e ervas, a culinária Indiana conta com diferentes influências de povos estrangeiros que, ao longo da história indiana, se instalaram no país. Esses diferentes povos, aliados às diferenças climáticas entre as diferentes regiões provocam uma enorme variação da culinária entre o sul e o norte.
Ao contrário do senso comum, nem todos os hindus são oficialmente vegetarianos. Embora encontrado em todos os lugares, o vegetarianismo estrito é mais encontrado no sul do país e nas comunidades de Gujarat, onde o contato com os arianos e com os árabes foi menor. Mesmo assim encontra-se na culinária indiana frango, carneiro, cabra, peixe e outras carnes. A carne de boi não é consumida pelos hindus, assim como a carne de porco não é pelos muçulmanos.
Para maiores informações, receitas e oportunidade para provar esses sabores visite a página: www.maharaj.com.br
Bebidas
O chá - chamado de cay - é encontrado em todo lugar na Índia. Diferente do chá preparado no ocidente, em especial na Europa, ele é muitas vezes mais uma mistura de leite e açúcar do que chá, e às vezes contém especiarias como cardamomo. Em cada lugar o chá é preparado de uma maneira um pouco diferente, proporcionando assim uma grande variedade de sabores. O chá preparado do modo como costumam beber os europeus (com o leite e o açúcar servidos separadamente), é normalmente encontrado nos hotéis. O café é mais facilmente encontrado no sul da Índia, onde é muito popular. Outra bebida indiana muito tradicional é o popular Lassi, uma bebida preparada com iogurte que pode ser salgada, adoçada ou misturada com frutas.
Outras bebidas também são encontradas, porém são menos populares. Existe uma grande variedade de refrigerantes na Índia, sendo Limca a marca da soda limonada local mais conhecida que conta com um toque de gengibre na sua receita. As companhias Pepsi Co. e a Coca Cola entraram recentemente no mercado e seus produtos são encontrados em alguns lugares.
Com relação a bebidas alcoólicas, existem muitas marcas de cervejas locais que são muito boas e fortes, como, por exempl,o a famosa Kingfisher que também é distribuída em vários países do mundo como a Inglaterra e os Estados Unidos. Os destilados locais também são de muito boa qualidade, especialmente o rum Old Monk, bebido popularmente com Thumbs Up! que é um refrigerante de cola popular na Índia. Recentemente alguns vinhos têm sido produzidos, porém não são muito conceituados. Existe também uma produção tímida de champagne como o Marquise de Pompadour.
Devido à existência de uma comunidade mulçumana muito grande, o hábito de se beber bebidas alcoólicas não é tão comum. O acesso fica mais restrito às classes mais altas.
Respeitando os costumes locais
Tanto os homens quanto as mulheres deverão vestir-se de modo conservador, com roupas que cubram os joelhos e os ombros. Usar shorts longe das áreas litorâneas é considerado o mesmo que sair por aí usando apenas suas roupas de baixo.
O nudismo é totalmente intolerável em qualquer lugar.
Você freqüentemente verá dois homens andando de mãos dadas, o que não representa mais que um sinal de boa amizade. Demonstrações de carinho entre pessoas de sexo oposto, porém, não são muito bem vistas.
Ao entrar em templos, mesquitas ou casas de família, é necessário retirar os sapatos.
Ao sentar no chão, nunca aponte as solas dos pés para uma pessoa ou altar religioso. O pé é considerado sujo, e o maior insulto que se pode fazer a uma pessoa é atingi-la com seu pé ou sapato. Você não deve tampouco tocar as pessoas na cabeça.
Qualquer atividade que esteja relacionada com a metade superior do seu corpo (por exemplo, comer, oferecer ou receber objetos) deverá ser feita com a sua mão direita. A mão esquerda é considerada pouco higiênica.
Peça sempre permissão antes de entrar em lugares de adoração religiosa. Muitos templos hindus restringem a entrada de não-hindus, e algumas mesquitas também se tornam inacessíveis em épocas de rituais especiais.
Peça sempre permissão antes de fotografar ou filmar os outros e respeite o direito de dizerem não. É especialmente inapropriado fotografar mulheres muçulmanas, algumas cerimônias religiosas (cremações, por exemplo), pessoas enquanto estão comendo ou se banhando em público. Quando em dúvida, pergunte ao seu Guia.
Não jogue lixo de nenhum tipo no fogo, pois isto pode constituir contravenção das leis de poluição ou poderá também ser considerado um desrespeito a algum ritual religioso.
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