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sexta-feira, 16 de maio de 2014

A vitória da oposição sobre o domínio Ghandi no governo da Índia.

Coalizão Aliança Democrática Nacional conquista maioria absoluta na Câmara dos Deputados. O hinduísta Narendra Modi deve substituir Manmohan Singh como primeiro-ministro da maior democracia do mundo


O futuro premiê da Índia, Narendra Modi, recebe as bençãos de sua mãe, após a vitória de seu partido nas eleições gerais da Índia (Foto: AP Photo/Ajit Solanki)

Quando a vitória do Partido Bharatiya Janata (BJP) nas eleições gerais da Índia foi confirmada, nesta sexta-feira (16), Narendra Modi, líder da legenda hindu, foi até sua mãe, pedir-lhe benção. “Aqui estão as minhas bênçãos. O país vai se desenvolver”, disse ela. Aos 63 anos, Modi tem uma grande responsabilidade pela frente: substituir Manmohan Singh, do Partido do Congresso, da família Gandhi, como primeiro-ministro da maior democracia do mundo.
As eleições gerais foram realizadas nas últimas cinco semanas pelos distritos eleitorais dos 28 estados e sete territórios que compõem a Índia. Votaram cerca de 551 milhões de eleitores, o equivalente a 66,3% da população - índice recorde de participação. O resultado final ainda não foi divulgado, mas de acordo com a apuração parcial, a coalizão liderada por Modi, a Aliança Democrática Nacional (ADN), já garantiu a maioria absoluta dos 543 assentos da Lok Sabha, a Câmara dos Deputados da Índia. Com a vitória, a ADN escolherá Modi como futuro premiê.

O Partido do Congresso, da dinastia Nehru-Gandhi, que governou o país praticamente desde sua independência, em 1947, obteve seu pior resultado eleitoral. Até agora, com a apuração dos votos de 538 distritos, o Partido do Congresso conquistou apenas 45 cadeiras, contra 280 da ADN. O líder da  campanha do partido, Rahul Gandhi, reconheceu a derrota. "Como vice-presidente do partido, assumo minha responsabilidade", disse. "Não recebemos o apoio que esperávamos, mas respeitamos a decisão dos eleitores", afirmou a mãe de Rahul e presidente do partido, Sonia Gandhi.
Os principais motivos para a queda do domínio dos herdeiros do líder pacifista Mahatma Ghandi, protagonista da luta pela independência da Índia ao colonialismo britânico, foram a desaceleração econômica do país e a alta da inflação, além dos recentes escândalos de corrupção envolvendo integrantes do governo. 
Diferentemente do atual governo, a imagem de Narendra Modi não estava desgastada. Pelo contrário. O político hinduísta, que aparecia como favorito nas pesquisas eleitorais, é visto no país como um bom gestor, pelo mandato de 12 anos como chefe de governo do estado de Gurajat, um dos mais prósperos do país, com crescimento econômico de 10% ao ano. Nem mesmo o fato de Modi ser hindu, e assim não representar a minoria muçulmana que vive no país, atrapalhou sua vitória nas urnas. Atualmente, 80% dos indianos são hindus.
O futuro premiê da Índia 
Narendra Modi teve infância pobre. Cresceu numa família numerosa, de casta baixa, da cidade de Vadnagar, em Gujarat. Quando criança, ajudava o pai a vender chás numa estação de trem. Modi ininciou a carreira política em 1971 no Rashtriya Swayamsevak Sangh (RSS), grupo de extrema direita hindu que simpatizou com a Alemanha nazista e do qual fez parte Nathuram Godse, o assassino de Mahatma Gandhi. Após mais de uma década de afiliação ao grupo, Modi tornou-se, em 1985, militante do BJP, partido hinduísta com um perfil mais moderado, mas que se inspira na doutrina do RSS.
A carreira política de Modi explodiu no BJP. Em 2001, tornou-se chefe de governo de Gujarat, onde, posteriormente, foi reeleito quatro vezes consecutivas. O início da gestão de Modi em Gujarat foi marcado por um capítulo sangrento. Em fevereiro de 2002, 59 peregrinos hindus morreram quando o trem em que viajavam pegou fogo. Na época, radicais hindus acusaram ativistas islâmicos de atear fogo ao comboio, perpetrando como represália um massacre indiscriminado de mais de mil muçulmanos. Modi não foi levado à justiça, mas alguns oposicionistas o acusaram de orientar a polícia a assassinar os muçulmanos. O massacre foi criticado pela comunidade internacional.  Os Estados Unidos, por exemplo, negaram visto a Modi em represália às mortes dos muçulmanos. 
Atualmente na Índia a popularidade de Modi está em ascensão, principalmente entre os jovens. Adepto às redes sociais, Modi chegou a dar comícios em três dimensões (3D), para estar presente em 140 lugares ao mesmo tempo. Aliás, sua primeira reação ao saber da vitória da ADN foi correr para o Twitter: "A Índia ganhou", escreveu ele em seu perfil. "Bons tempos se aproximam." O tuíte já foi compartilhado mais de 29 mil vezes.
 
Na cidade de Gandhinagar, no oeste da Índia, Narendra Modi, líder do partido de oposição Bharatiya Janata Party (BJP), cumprimenta partidários após sua legenda vencer as eleições gerais do país (Foto: AP Photo/Ajit Solanki)


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